sexta-feira, 25 de junho de 2010

A Educação na perspectiva da Teoria da Ação Comunicativa

Todas as espécies seguem a linha da evolução de forma semelhante, o mesmo padrão, mas os seres humanos são diferentes, desde que tiveram a capacidade da ação comunicativa, que fez com que o homem mudasse de uma forma distinta, ele foi se transformando e se diferenciando, a partir daí surgiu a cultura humana e a sociedade humana.
Os seres humanos desenvolvem formas de ser, personalidades, cada um com uma identidade própria, a subjetividade.
Nós nos constituímos pedagogicamente desde a gestação, pois somos uma espécie muito frágil e ao chegarmos ao mundo precisamos de muitos cuidados, apoios e ajuda, pois nascemos dependentes. E quem nos dá essa ajuda são nossos pais, as gerações mais velhas, eles contam suas experiências e aprendizagens que já tiveram, aprendemos com eles para que as tradições culturais se mantém e com isso a criança vai se tornando humana. Se a criança não aprendesse com os pais ou com os mais velhos, ela teria que começar a aprender tudo desde o começo e desde que a criança nasce ela entra no processo de formação, para ela se enquadrar no tempo presente.
Somos seres de razão, de racionalidade, pois criamos, inventamos, transformamos e temos a capacidade de aprender sempre diante dos desafios e necessidades, através da linguagem, do diálogo, ou seja, da ação comunicativa que é o que nos diferencia das outras espécies. A linguagem com base do conhecimento, ou ainda como forma de constituição dos sujeitos.
A comunicação é uma situação que configura a possibilidade criativa da espécie humana, através da construção e reconstrução de percepções em função do dizer e ouvir dos outros e o nosso auto-conhecimento se dá pelas manifestações dos outros, pois sei o que sou a partir do que os outros falam de mim.
Como produto dessa razão, o conhecimento é um entendimento, uma construção intersubjetiva, uma capacidade comunicativa que estabelece relações, convivência uns com os outros, com o mundo científico, social e subjetivo.
Cada novo conhecimento amplia possibilidades humanas, nos altera, é algo que nos incorpora, nos modifica, transformando-se, constituindo-se e toda transformação é uma espécie de sofrimento, tudo tem seu custo, pois aprender exige esforço, complexidade e envolvimento, aprender é compreender razões. Por isso, como diz o professor José Pedro, temos que fazer agora, mesmo que isso me custe, mas depois isso irá me trazer prazer.
Só tenho conhecimento sobre algo quando sei explicá-lo, argumentá-lo e justificá-lo, saber é saber dizer e saber se expressar.
Por isso, o conhecimento não pode ser passado e nem transferido de um para outro, e cada ser humano entende da sua maneira, com seus pensamentos e sentidos próprios.
O limite da escola não pode ser o mesmo limite da família, a escola deve apresentar o diferente, deve intensificar ainda mais o processo de aprendizagem de alunos e professores criando um ambiente instigante, pois ela é um lugar da aprendizagem mais rápida e os professores devem ser representantes exemplares para o ser humano.
O professor antes de ensinar aos alunos ele deve ter aprendido antes, pesquisado e estudado, para depois testemunhar através de sua experiência, através de suas habilidades e competências.
O professor é ensinante e aprendente ao mesmo tempo. Ele deve se inserir na molécula de conhecimento e também engajar seus alunos na sua aprendizagem para se transformarem através dessa nova percepção, dando sentido e razão a esse conhecimento. E não é apenas o aluno que deve se transformar, se modificar, o professor também precisa.
Por isso, a aprendizagem é como pesquisa, é busca, investigação, envolvimento, curiosidade de querer saber sempre mais.
A pesquisa é a transformação da informação em conhecimento, através da atitude investigativa, através de uma reflexão sobre o assunto e através de processos de significação, que é quando eu aprendo algo, buscando entender a lógica que estrutura os conhecimentos.
Não aprendemos de vez, cada um tem o seu tempo, e o professor deve procurar outros sentidos, trazer elementos para ensinar aos alunos que não aprenderam.

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